Wilson Aquino*
A sociedade contemporânea tem sido palco de transformações rápidas e profundas, moldando novas perspectivas e desafios para as crenças e valores de seus indivíduos. Nesse contexto, é notável o crescente afastamento de muitos membros da sociedade em relação à religiosidade Cristã. É pertinente, no entanto, considerar a relevância que a religião desempenha no fortalecimento dos valores espirituais, morais, éticos e sociais que sustentam a coesão da comunidade e promovem a prosperidade de uma nação.
Não podemos ignorar o fato de que o caminho da depravação, da vulgaridade e da imoralidade tem sido uma realidade em nossa sociedade. São cada vez mais comuns atos de promiscuidade e libertinagem, bem como crimes de corrupção e roubo de dinheiro público perpetrados por indivíduos, grupos e até mesmo autoridades em todos os níveis de poder. E para a manutenção e expansão desse quadro de imoralidade e criminalidade, a religiosidade do povo torna-se uma ameaça à consciência desses partidos e indivíduos que começam a atacar as igrejas e a tentar denegrir a figura de Deus, procurando tirá-Lo da mente e coração de crianças, adultos e principalmente da célula mais importante da sociedade: a família. Ignoram que com isso podem provocar a Sua ira.
A religiosidade Cristã oferece princípios e valores que fortalecem o indivíduo, a família e, por consequência, toda a sociedade. As Escrituras Sagradas, como a Bíblia, contêm ensinamentos que inspiram o respeito, a compaixão, a justiça social e o amor ao próximo. Tais ensinamentos têm sido fundamentais ao longo da história para promover o bem-estar coletivo e mitigar conflitos sociais. Por isso eles são uma ameaça àqueles que querem exercer o domínio total do povo e da nação.
Em um cenário onde crescem os desvios morais e a corrupção, e onde alguns se levantam em blasfêmias e propostas para afastar Deus da família e da sociedade, é imperativo refletir sobre os perigos de desafiar o poder divino. O poder de Deus é absoluto, Ele é o Soberano Senhor de todas as coisas, e a Bíblia nos traz inúmeros relatos sobre Sua justiça e rigor quando se trata de respeito ao Seu nome, que sequer deve ser citado em vão, mesmo nas melhores das intenções como um simples “vá com Deus!”, se for dito de forma automática. Expressões comuns como “Oh! Meu Deus!”, jamais devem ser ditas como simples expressões. E tudo que se refere a “Ele”, “Dele”, “Seu”… deve-se escrever com letras maiúsculas, dada à Sua grandiosidade como o Deus único e verdadeiro. As Escrituras Sagradas trazem essa questão como um dos 10 mandamentos do Senhor e traz também inúmeras passagens que demonstram quão sagrado e supremo Ele é.
Um dos exemplos mais notáveis na Bíblia sobre as consequências de se voltar contra o Senhor é o relato da queda de Satanás. O livro de Isaías 14:12-15 descreve a queda do rei da Babilônia, mas muitos estudiosos veem nesse texto uma referência à queda de Satanás, que ousou desafiar a soberania de Deus:
“Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo.”
Este trecho bíblico nos mostra o perigo de ambicionar o poder que pertence somente a Deus e como tal atitude pode levar a consequências devastadoras.
Outro exemplo vem do Antigo Testamento, na história de Corá, Datã e Abirão, que se rebelaram contra Moisés e, por extensão, contra Deus. Em Números 16:31-35, lemos sobre a resposta divina a essa rebelião:
“E aconteceu que, acabando ele de falar todas estas palavras, a terra que estava debaixo deles fendeu-se; e abriu a sua boca, e tragou-os a eles, com as suas casas, e a todos os homens de Corá, e a todos os seus bens. E desceram eles vivos ao inferno, com tudo o que era seu; e a terra os cobriu, e pereceram do meio da congregação.”
Essas passagens bíblicas mostram claramente o poder de Deus e o perigo de desafiá-lo. No entanto, é importante enfatizar que Deus é misericordioso e oferece a todos a oportunidade de arrependimento. Ele deseja que a humanidade escolha o caminho da retidão e da bondade. Mas, ao mesmo tempo, é preciso entender que há consequências para suas escolhas, e desafiar a soberania divina pode colocá-los em um caminho perigoso.
Quando a sociedade se distancia dos princípios divinos, como a busca pela verdade, a justiça e o amor ao próximo, o tecido social se enfraquece. A religiosidade, quando genuína, pode fornecer uma base moral sólida para a família e a sociedade, promovendo valores que incentivam o respeito, a compaixão e a integridade.
Portanto, é fundamental que as autoridades, os líderes religiosos e os membros da sociedade trabalhem juntos para promover valores que honrem a dignidade humana e o respeito às crenças dos outros. O equilíbrio entre liberdade religiosa e pluralidade de pensamento é essencial para a construção de uma sociedade justa e harmoniosa.
No entanto, é preciso reafirmar com veemência que Deus é amor e misericórdia, e que Sua soberania e Seu poder são inegáveis, e desafiá-Lo pode trazer consequências sérias ao indivíduo, partido ou nação.
*Jornalista e Professor Wilson Aquino